quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O que eu tenho sentido

É um calor no peito. Como de abraço apertado e há muito esperado.
Essa chama de que tudo vai dar certo.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Havia a menina dos olhos de água

Transbordante aquela menina pelos seus lentos olhos translúcidos.
Havia os olhos prismáticos da menina transbordante de som, refletora de cor, transparente de dor. Havia também o vestido rodado da menina prismática dos olhos de água. E existiam os rodopios daquele vestido, as quedas e saltos infinitamente elípticos das rendas cheirosas a guardado da menina-pássaro.
Ainda que guardado fosse o vestido ou o rodopio do vestido ou as rendas rodopiantes do vestido ou, certeza, a dona do cheiro rodado de rendas do vestido, era tudo seu em qualquer tempo que fosse, pois sempre que girasse, sorrisse, gritasse, explodisse, quisesse, possuísse, amasse, recaísse, deixasse, eclodisse-se, finalmente assim transcenderia de menina dos olhos aguados para o vôo do cheiro, do giro, dela, do pássaro, do vestido, do transbordo. E ainda agora o início já não faz mais sentido nem pra menina, nem pra mim.

Alívio

Acho que é isso de conseguir expirar. Não reparar nas olheiras. Ver os olhos.
E agora me sinto bem, indo dar um passo, como se não tivesse dado tantos outros nesses últimos tempos.
Mas esse agora é diferente, porque vou dá-lo com corpo, alma, suor e calo no dedo e não como se tivesse que levar a mim mesma nas costas.
Tem sido bom pensar em estar de volta.

domingo, 4 de outubro de 2009

"Balayé les amours

Avec leurs trémolos
Balayés pour toujours
Je repars à zéro..."

Non, Je Ne Regrette Rien
- Edith Piaf.

domingo, 27 de setembro de 2009

Cuide de Você.


Na última sexta fui à exposição "Cuide de você", de Sophie Calle, no MAM-Ba.
A exposição se deu porque o namorado dela terminou o relacionamento que havia entre eles por um e-mail sutil e mau. No final do e-mail, ele colocou a frase que deu nome à montagem. Ela, uma fotógrafa francesa, na falta do que responder, pediu a outras 107 mulheres escolhidas de acordo com suas profissões que respondessem por ela, segundo suas interpretações.
Fui até lá e transcendi com fotos, papeis, cola-bastão e cheiro de mar. Fotografias, músculos distendidos e três flores de pessoas. Seria ruim demais da minha parte agradecer a existência do e-mail? Acho que sim.
O caso é que não consigo me colocar na situação, como costumo fazer com as coisas que experimento. Não consigo pensar no que seria essa frase pra mim e nem o que faria com ela e estou meio estranha por isso [hahaha]. Pensei antes que talvez a minha forma de responder a isso fosse curtir cada letra, ingerindo-as mil vezes e colocando-as pra fora novamente, não gostando do gosto e muito menos entendendo-o. Mas as guardaria, sem dúvidas. Talvez ouvisse as musicas mais tristes, faria vários desenhos que não acabaria e aproveitaria pra assistir todos os filmes que estou adiando faz vidas. Mas isso se houvesse acontecido comigo.
Agora sentada aqui, penso no "Cuide de Você", independente do contexto empregado, como um conselho, ou sei lá o que. Até um mantra,talvez. E só posso pensar que a melhor forma que encontro de me cuidar é transferindo essa tarefa mais que complexa para os outros alguéns que, muito obrigado, sabem de mim. Às três pessoas que sentiram comigo essa tarde de sexta, duas das quais conheço faz pouco, mas já tenho um carinho imenso, por favor, cuidem de mim. E tomara mesmo que o meu querer em cuidar de vocês seja a melhor forma de responder a esse dia.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mentalinguístico

AURÉLIO

Solidão: s.f. Estado de quem está só, retirado do mundo; Isolamento: os encantos da solidão; Interiorização: A solidão do espírito.

Saudade: s.f. Recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir. Nostalgia.

STÉFANE

Solidão: Estado de quem não está só, mas se sente só e assim se mantém, se aproveitando do momento para não estudar, ficar mais calada que de costume e baixar filmes descontroladamente, pensando em perpetuar o sentimento até poder assisti-los, tornando o momento bem mais... curtível.

Saudade: Priscila, Joseane e Hellen.

MOMBOJÓ

"No meu quarto deixei as lágrimas
e o desencanto
Carreguei comigo a minha solidão
As cores mudaram de tom
E as luzes cegaram minha vista"

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Resgate

Voltemos ao dia 16 de abril de 2009:

Uma inscrição na agenda

"Ontem eu fiquei absolutamente animada com a descoberta da Fundação [Pierre Verger]. Na verdade, ainda estou. Acho que ninguém entendeu minha frenética empolgação, mas esses cursos [teatro, fotografia, violão... - todos oferecidos pela fundação] tiram todo o peso que eu sinto, ou tirarão. O peso de ter planejado a realização de uns 80% das coisas que mais desejoe perceber que nenhuma delas tem a chance de acontecer esmaga. Mas, como diz Milan Kundera no livro que estou lendo, o peso não é necessariamente o pólo negativo quando a leveza é o positivo, pois o peso nos esmaga contra o chão e nos faz presos à realidade. Minha realidade familair e financeira nunca esteve tão clara para mim quanto nesses meses de lamentação, mas se eu não tivesse sentido esse peso, não enxergaria a leveza dessas perspectiva de auto-realização. Então, coloquemos o peso e a leveza ao mesmo pé e o Yin Yang tatuado no meu ombro"

Coloquei isso aqui só porque eu não escrevia essas coisas na minha agenda dos 15 anos. Mas a agenda era bem mais legal ahuehua

A Propos de Moi


De vez em quando penso que a vida é um filme, e que talvez eu gostasse de assisti-lo. Ver como os sorrisos das pessoas se encaixariam em cenas de fim de tarde ou dentro de apartamentos brancos. Elas não reparam que é nisso que eu penso enquanto converso com elas.
Penso também em como descreveria em um livro um trejeito das mãos feito por alguém. E como descreveria a mim mesma como uma pessoa desconhecida a andar na rua.
Talvez fosse asssim:
"Uma pequena amostra de todas as outras pessoas do mundo, com um olhar perdido e a andar com um pé em frente ao outro, sem muito ritmo. Talvez o olhar perdido não queira nem registrar, nem desprezar o que vê. Queira sim ver o que há e registrar o que quer. Com essa técnica um bocado ilusória, absorve o mundo em que está como o mundo que seus olhos perdidos filmam e sua alma estréia".

Ps: Adoraria lembrar a data em que escrevi isso.

domingo, 6 de setembro de 2009

Sinal de Fumaça

Ô, tempo que não apareço aqui!
Desde Maio, e estamos em... Setembro!! :O
Durante esse tempo, coisas aconteceram e eu pensando que as registraria aqui. Enfim, só pensando.
Acontece que tempo tem sido um tanto escasso. passei a praguejar muito constantemente contra o sistema de 24 horas diárias e não tenho mais tempo para fazer pequenas [e grandes] coisas que gosto. Internet é uma delas. Desenhar também. Devido ao momento nostálgico em relação aos meus desenhos coloquei esse aí, mas não vou fazer disso uma prática [sim, questão de timidez :)].
Não vejo mais filmes [e atribuo a isso a lentidão do meu pc. A muitos filmes aqui salvos e não vistos, digo]. Pelo menos um lado do meu fone de ouvido ainda presta ¬¬.

Ah, mas eu não estou reclamando. Foi tudo que eu pedi durante o meu primeiro semestre, que meu tempo fosse ocupado por alguma coisa que não o ócio improdutivo, a internet e a novela das 14h. Enfim atenderam às minhas preces. E atenderam com força. Cursinho intensivo de manhã. Trabalho pela tarde. Faço uma cosquinha de dois segundos no meu irmão ao chegar em casa pela noite. Vou estudar. Acabo umas 24:30h. Cochilo por algumas horas. 5:30h levanto [teoricamente] para recomeçar o dia. Vou dormindo no ônibus. Volto dormindo no ônibus. Já perdi o ponto várias vezes na volta pra casa [hahahaha]. Descobri que as pessoas não pegam o caderno dos outros quando o ônibus está cheio. E descobri que tenho vontade de fazer coisas maléficas que envolvem esse mesmo caderno e essas mesmas pessoas. Descobri também que fico um porre com sono [mentira, já sabia]. Descobri que estou sempre com sono [pessoas queridas fazem questão de me dizer..]. Descobri que estou escrevendo um bocadão de besteira aqui...

As inscrições da UFBA já abriram, o que faz aumentar minha paranóia. Vou passar. Bote fé. To morrendo de sono e já é hora de acabar com essa postagem. Entenderei se você, caro leitor inexistente [ou ainda as pessoas que eu obrigo a ler ahuehua] não ler isso até o final. Eu não leria. ;**

terça-feira, 26 de maio de 2009

Jacobina - A Cidade do Ouro

















  Sábado retrazado acordei 4:30 da manhã com um humor não muito atrativo e umas coisas estranhas revirando no meu estômago para ir a Jacobina. O objetivo da viagem era apresentar a Ordem Internacional das Filhas de Jó para a Loja Maçônica da cidade e, óbvio, convencer os maçons de lá a fundar um Bethel [sede das reuniões da Ordem]  em Jacobina. 
  Apesar da minha ânsia por viajar, por mudar um bocadinho de ar, de ver alguma coisa que não a Avenida Paralela, eu não estava me sentindo muuuito empolgada para ir. Talvez seja porque não estávamos a turismo, e sim a ''trabalho'', entende? Fazer uma reunião mais ou menos parecida [ok. Bem diferente] das que fazemos aqui, só que em outro lugar. E para contribuir com a minha falta de empolgação, meu enjôo não passava nunca. Mas enfim, fui. Na verdade, não havia como não ir. 
  Jacobina é uma cidade de 76.479 habitante, no Noroeste da Bahia [viva google \o/] e é conhecida como a Cidade do Ouro, porque já foi bem importante no auge da extração mineral. Ainda existem minas lá e nelas ainda há ouro, mas, como você deve imaginar, a população nem vê o tal do ouro. Segundo nosso tio, o ouro é extraído e levado pelos canadenses. Mas então, boa parte do que fez a viagem valer a pena foram as serras. Meu Deus, lá é lindo! E minha câmera não parou. Quer dizer, parou quando minhas pilhas fuleiras descarregaram. Mas nada que Naty, sua eficiência e suas pilhas não pudessem resolver =D.
  Uma das coisas que super me fez não me arrepender de ter saído de casa foi Hellen. Essa coisa rica em melanina aí do meu lado. Não que eu não adore as outras meninas. Mas quem iria dividir comigo o fone de ouvido, os momentos autistas, as observações confidenciais e dizer coisas como "Você é doente", "Você é imbecil" e "Vá se tratar, véi!". Isa, Rafinha e Naty não me diriam isso. Se dissessem seria preocupante. Quando Hellen não diz é preocupante. Espero que ela note como é agreste e diga que me ama assim que ler isso. Ahuahuehua.



  Outra coisa que com certeza vai me fazer voltar a jacobina algum dia na minha vida é a paisagem. Além da serra, tem rios e cachoeiras. Nao vimos as cachoeiras, mas os tios disseram que lá o turismo ecológico é um bocado forte. Sem dúvidas, esse é o tipo de turismo que eu vou voltar lá pra fazer, só que um bocadinho mais preparada, e não de sapatilha e blusinha de botão.




 
  No domingo, depois de muito implorarmos, choramingarmos e dramatizarmos, tivemos uma pequena e super boa amostra do turismo ecológico da cidade. Dois tios se disponibilizaram a nos levar em um passeio de Jipe. Subimos pela serra até o Alto do Cruzeiro, um dos pontos mais altos da cidade. Há uma escada imensurável, com uns duzentos e tantos degraus brancos, que levam até o alto, onde tem uma cruz também branca. As pessoas sobem essa escada na Semana Santa em demonstração de fé. Ao pé da cruz tem muita, mas muita cera de velas  acesas por quem sobe o cruzeiro. Mas eu acho que com jipe é bem mais legal!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Eu não resisto! Juro que não quero fazer desse blog só um relato dos filmes que tenho assistido, mas é que eles todos são bons! E olhe que esses dias até assisti outros e me controlei pra não vir aqui falar deles. Vai ver que meu destino é ser crítica de cinema... [Duvido!]
Do Filme: Ontem eu e minha mãe vimos Vicky Cristina Barcelona. Filme de Woody Allen, com Penélope Cruz [ela nem faz papel principal, mas a mulher até de figurante ficaria boa. Aposto]. Enfim, protagonizam o filme duas amigas americanas, Vicky (Rebecca Hall)- mocinha realista e racional, prestes a se casar com um cara bem sucedido financeiramente e com um belo e pacato futuro bem planejado - e Cristina (Scarlett Johansson)- que, ao contrário de Vicky, ainda nem começou a saber o que quer do seu futuro. O cenário é Barcelona, onde as duas amigas vão passar o verão. A contraposição das duas personagens é o que faz o filme "florescer". As duas maneiras de encarar a vida, o amor, os próprios conflitos e os relacionamentos. Aliás, que relacionamentos! É aí que entra Penélope Cruz, mas eu não pretendo contar [há!]. Daí não tem escapatória, você acaba por se identificar com alguma das personalidades e ainda que não se identifique, sem dúvidas vai parar pra pensar no que acha sobre o assunto e tal.
De mim: No meu caso, a identificação foi com a personagem da Scarlett Johansson, a Cristina. Não foi assim uma identificação cem por cento, sabe? Mas o modo dela de pensar na própria vida é como eu penso. A Cristina, como diz o narrador [sim, tem um narrador], não sabe o que quer da vida, só sabe o que não quer. E posso dizer com a segurança de quem pensa assim que é bastante confuso. E o fato de não saber o que se quer não significa viver sem enxergar nada na sua frente, é mais ver coisa demais e muita coisa boa mesmo de se enxergar. Tão boas que se quer. É bem nesse ponto que reside a confusão. Pelo menos a minha. Exemplos verídicos: Gosto de desenho, música, cinema, fotografia, de escrever e tenho uma queda pelo jornalismo. Viagens são o ponto alto dos meus desejos. Eu me vejo fazendo mil e duas coisas da minha vida e tantas formas de me expressar.. que meus olhos chegam a brilhar só de estar digitando isso. Mas enfim, uma vida é tão curta pra fazer tanta coisa e nem sei se realmente irei fazê-las. Daí me vem uma aflição... Um medo de acabar não fazendo nada e ter a vida que eu não quero ter [repito: eu sei o que não quero]. E se nada do que eu quero acontecer? E se eu nem souber o que eu quero? E se eu for uma grande idiota por planejar o que eu não quero que seja planejado ao invés de deixar a vida só ir?
Penso também na minha falta de talento. Escrever, por exemplo, eu só finjo que faço bem e as pessoas dizem que eu faço bem e a mesma coisa acontece com o desenho. Como diz Mombojó "As luzes e as palmas já são o bastante pra quem quer se enganar". E música? Isso eu nem finjo! Acho que no final das contas eu sou uma boa apreciadora, mas não uma boa executadora. Só não sei se posso viver bem com essa verdade.

OBS: O filme confirma minha tese de que a Espanha tem umas cores que nenhum outro lugar no mundo tem.

terça-feira, 10 de março de 2009

Meu vestibular, meus princípios e as cotas.

Hoje saiu o Boletim de Desempenho da Uneb, onde prestei vestibular pra Desenho Industrial - com habilitação pra Programação Visual. A concorrência era 22 pra 1, aproximadamente. 20 vagas para o curso, 11 para não cotistas, 9 para cotistas. Fiquei em 20º lugar. Não sou cotista. Conclusão: Mais um ano estudando pro vestibular.
Tudo o que eu consigo pensar na minha fúria, que é tão grande que chega a odiar toda a estrutura desse país e todos que podem mudá-la e não o fazem, é que, se o sistema de cotas não existisse, eu estaria dentro da faculdade. Como última colocada, mas estaria.
Veja bem, meu ódio não é contra os cotistas, é contra o sistema todo. Isso pode parecer um discurso político bem manjado e pode até realmente ser, mas fazer o que, né?
Eu penso assim: As cotas reservam uma parte das vagas das universidades para estudantes de escolas públicas e tal, não é? E isso acontece por causa do ensino da escola pública. Logo, o sistema de cotas funciona como uma 'peneira tapando o sol', porque o problema não está nos estudantes não terem capacidade de entrar em uma faculdade, mas sim em o ensino público não ser bom o suficiente pra que todo mundo, estudantes de escolas publicas e privadas, tenha as mesmas condições de concorrer a um vestibular.
Nesse instante fui comunicar a meu pai minha colocação na prova e minha indignação quanto às cotas, daí entramos em uma discussão, porque ele acha que as cotas são para negros, não necessariamente de escola publica, que eu deveria ter optado por ser cotista e que desperdicei essa chance, que eu deveria ter agarrado com unhas e dentes (não pude deixar de lembrar da propaganda do ProUni). Eu acho que é para negros de escola pública.. Enfim, não concordo com nenhuma das duas opções. A primeira porque negro não precisa de cota, e eu sou negra. E a segunda pelo mesmo motivo. Desde quando negro de escola publica é diferente de branco de escola publica? E o mesmo nas particulares. Pois bem, eu falei pra meu pai que ainda que se possa ser cotista mesmo sendo de escola privada eu não optaria por isso se eu não concordo. Daí enveredamos por toda uma questão sobre as cotas e tal e no fim das contas ele concordou comigo que é um problema estrutural do país, mas fez um acrescimento importante, que é o motivo de eu estar escrevendo isso, mesmo que eu já tenha falado tanta coisa. Meu pai falou que o que importa é que o governo não vai mudar a questão da educação, então que não adianta eu deixar de ter essa facilidade por causa dos meus principios, se no final das contas eles não vão servir de nada. Porque, segundo ele, tais idéias não me farão entrar na faculdade mais rápido.
E eu fiquei me sentindo uma guria com seus princípios clichês. Mas ainda com eles.

Emoções pós-filme

"Saibas que saber é importante, mas fazer é saber mais do que quem sabe" - Raphael Almeida.
Pra dizer a verdade, sinto emoção pós tudo. E pré e durante..
Música mesmo. É perfeito! Não passa pelo meu mínimo entendimento humano como tem gente que consegue viver sem. Escutam uma musiquinha aqui, outra ali, das que fazem super sucesso, e pronto! Levam suas vidas normalmente! É muito estranho pra mim.
Mas então, a questão são esses dois filme que eu assisti ontem e o que eu senti logo após cometer o ato (de assisti-los).
Os dois tratam de quatro personagens. Os dois me fizeram pensar. Os dois fizeram com que eu decidisse algo para minha vida.
Começando por Réquiem para um sonho. Já tinha ouvido falar sobre ele, mas nada muito completo, nada que me fizesse assisti-lo de imediato. Agora penso que fiz muito bem em esperar, pois deixar para vê-lo ontem, e logo depois Un Poco de Chocolate, me fez passar de um sentimento para outro! Dá para entender? São duas coisas sentidas em um dia só, em tempos muito proximos, e se misturam... E isso é realmente mágico.
Voltando. No filme quatro personagens principais são viciados em alguma coisa e o desenvolvimento delas quanto ao vício (não espere um final feliz quando falo de desenvolvimento) é mostrado de maneira impactante o suficiente para você sentir, se imaginar na situação e, definitivamente, não querer vivê-la. Além do enredo e das atuações, o bom do filme é a forma como a historia é passada pra quem assiste. Particularmente eu adorei os cortes, que mostram as aplicações e o uso das drogas sem eu necessariamente ter que vê-los acontecer. Isso deixa o filme forte sem ser feio
Quanto a Un Poco de Chocolate, o filme absolutamente me surpreendeu. Primeiro porque eu nunca tinha ouvido falar dele. Estava desocupada, procurando um filme pra baixar e topei com esse.. Do gênero drama, em espanhol.. Atração na hora. Acabou que ficou seculos e seculos aqui no meu computador e eu sem assistir. Depois de ver Requiem para um sonho, eu pensei que um draminha mais, um a menos, tava ótimo e eis que fui ver o filme. A primeira coisa a me encantar foi a leveza com que o filme começa, depois as cores. Um vermelho, um azul. Os espanhois sabem usar as cores muito bem, pelo que me parece. Por fim o fato da leveza continuar. Tanto que eu não sei dizer exatamente sobre o que o filme fala. Um casal de irmãos já velhos, e um casal jovem apaixonado. Só disso que eu sei falar. Ah, e que quando eu for velha quero ser como o Lucas e enquanto jovem, eu espero me mexer um pouco pelo menos quando eu me apaixonar como a Roma. Pois bem, gostei tanto, que decidi escrever um livro. Não agora. Mas já tratei de anotar a idéia pra daqui a algum tempo lembrar de colocá-la em pratica.









terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Permita-se!

"Lutar pelos seus ideais. É uma das coisas mais importantes em uma pessoa que pretende ser LIVRE" - Raphael Almeida.

Ano novo, listinha nova, objetivos novos, desejos antigos. Assim nasce um novo blog. De uma vontade antiga de escrever, bem ou mal, e de ser lida, igualmente bem ou igualmente mal.Este blog é mais um item das resoluções de 2009 e eu só mais uma das pessoas que costumam nascer com o ano. Do tipo “Ano novo. Pessoa nova”. Das que nascem com as lentilhas, as sete ondas, as sete uvas, as flores pra Iemanjá, os banhos de pipoca, a roupa branca, os beijos à meia-noite, os olhos fechados pedindo intensamente... Enfim. Sou mais uma das pessoas que quer sempre se melhorar.
Melhorar.
Francamente, me pego pensando se quero mesmo ser tão melhor assim, com a mesma intensidade com que queria nos anos anteriores. Não que eu tenha atingido o estágio mais acabado da perfeição humana, nem que eu venha a atingir, mas noto que sempre querer cansa!
A grande questão é que essa onda de inicio de ano (mesmo que Janeiro já esteja no fim) mexe com as pessoas. Bem, pelo menos mexe comigo. E mais uma vez eu me peguei em uma profunda auto-avaliação, pensando que talvez pudesse ter mais autoconfiança, enxergar mais o copo meio cheio a partir de então, ser mais "dada" à vida... Eram todos bons itens pra colocar na minha lista deste ano, mas, graças ao bom Deus, eu fui deixando pra terminá-la depois e acabou que quando a retomei não a queria mais! Acho que percebi que esse lance de planejar a própria evolução como pessoa é no mínimo estranho e no máximo pode causar uma grande angústia em qualquer pessoa. Pense bem, a quase obrigação cobrada de si mesmo de ser sempre uma pessoa um bocadinho mais feliz, mais cheio de vida, enxergando melhor as pequenas coisas da vida, frustra quando você se pega triste, ou percebe que ser livre como um pássaro e sentir a vibração da natureza como o compasso de uma zabumba no seu coração não faz parte da sua rotina.
A proposta é se permitir.
Deixar-se ser mais humano e, mais do que isso, experimentar ser menos você pra sociedade ou pra quem seja. Experimentar ser mais você pra você mesmo e acabou. Proponho mais um pouco: sentir. Sinta mais tudo! Deixemos de lado aquela culpa que dá quando se está meio pra baixo enquanto o mundo festeja o sol. Sinta tudo o que puder. Felicidade, Tristeza, Alegria, Empolgação, Raiva... Afinal, não há como reconhecer o "muito bom" se não tiver experimentado um pouquinho do "um tanto mau". O equilíbrio, não há bem sem mal... Com o perdão do clichê. Tanto faz estar de meias em casa durante um bonito domingo enquanto ativistas salvam baleias de vez em quando.
Permita-se, liberte-se, transcenda sua própria fronteira. Sinta ser você! Você conhece mais seus limites e seus infinitos que qualquer um. Cada um sabe da sua perfeição e a minha nem a sua precisam ser iguais a de mais ninguém.
Ser menos pode ser o meu mais em 2009. Desejo mais eu pra mim e mais você pra todo mundo!