sexta-feira, 20 de março de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Eu não resisto! Juro que não quero fazer desse blog só um relato dos filmes que tenho assistido, mas é que eles todos são bons! E olhe que esses dias até assisti outros e me controlei pra não vir aqui falar deles. Vai ver que meu destino é ser crítica de cinema... [Duvido!]
Do Filme: Ontem eu e minha mãe vimos Vicky Cristina Barcelona. Filme de Woody Allen, com Penélope Cruz [ela nem faz papel principal, mas a mulher até de figurante ficaria boa. Aposto]. Enfim, protagonizam o filme duas amigas americanas, Vicky (Rebecca Hall)- mocinha realista e racional, prestes a se casar com um cara bem sucedido financeiramente e com um belo e pacato futuro bem planejado - e Cristina (Scarlett Johansson)- que, ao contrário de Vicky, ainda nem começou a saber o que quer do seu futuro. O cenário é Barcelona, onde as duas amigas vão passar o verão. A contraposição das duas personagens é o que faz o filme "florescer". As duas maneiras de encarar a vida, o amor, os próprios conflitos e os relacionamentos. Aliás, que relacionamentos! É aí que entra Penélope Cruz, mas eu não pretendo contar [há!]. Daí não tem escapatória, você acaba por se identificar com alguma das personalidades e ainda que não se identifique, sem dúvidas vai parar pra pensar no que acha sobre o assunto e tal.
De mim: No meu caso, a identificação foi com a personagem da Scarlett Johansson, a Cristina. Não foi assim uma identificação cem por cento, sabe? Mas o modo dela de pensar na própria vida é como eu penso. A Cristina, como diz o narrador [sim, tem um narrador], não sabe o que quer da vida, só sabe o que não quer. E posso dizer com a segurança de quem pensa assim que é bastante confuso. E o fato de não saber o que se quer não significa viver sem enxergar nada na sua frente, é mais ver coisa demais e muita coisa boa mesmo de se enxergar. Tão boas que se quer. É bem nesse ponto que reside a confusão. Pelo menos a minha. Exemplos verídicos: Gosto de desenho, música, cinema, fotografia, de escrever e tenho uma queda pelo jornalismo. Viagens são o ponto alto dos meus desejos. Eu me vejo fazendo mil e duas coisas da minha vida e tantas formas de me expressar.. que meus olhos chegam a brilhar só de estar digitando isso. Mas enfim, uma vida é tão curta pra fazer tanta coisa e nem sei se realmente irei fazê-las. Daí me vem uma aflição... Um medo de acabar não fazendo nada e ter a vida que eu não quero ter [repito: eu sei o que não quero]. E se nada do que eu quero acontecer? E se eu nem souber o que eu quero? E se eu for uma grande idiota por planejar o que eu não quero que seja planejado ao invés de deixar a vida só ir?
Penso também na minha falta de talento. Escrever, por exemplo, eu só finjo que faço bem e as pessoas dizem que eu faço bem e a mesma coisa acontece com o desenho. Como diz Mombojó "As luzes e as palmas já são o bastante pra quem quer se enganar". E música? Isso eu nem finjo! Acho que no final das contas eu sou uma boa apreciadora, mas não uma boa executadora. Só não sei se posso viver bem com essa verdade.

OBS: O filme confirma minha tese de que a Espanha tem umas cores que nenhum outro lugar no mundo tem.

terça-feira, 10 de março de 2009

Meu vestibular, meus princípios e as cotas.

Hoje saiu o Boletim de Desempenho da Uneb, onde prestei vestibular pra Desenho Industrial - com habilitação pra Programação Visual. A concorrência era 22 pra 1, aproximadamente. 20 vagas para o curso, 11 para não cotistas, 9 para cotistas. Fiquei em 20º lugar. Não sou cotista. Conclusão: Mais um ano estudando pro vestibular.
Tudo o que eu consigo pensar na minha fúria, que é tão grande que chega a odiar toda a estrutura desse país e todos que podem mudá-la e não o fazem, é que, se o sistema de cotas não existisse, eu estaria dentro da faculdade. Como última colocada, mas estaria.
Veja bem, meu ódio não é contra os cotistas, é contra o sistema todo. Isso pode parecer um discurso político bem manjado e pode até realmente ser, mas fazer o que, né?
Eu penso assim: As cotas reservam uma parte das vagas das universidades para estudantes de escolas públicas e tal, não é? E isso acontece por causa do ensino da escola pública. Logo, o sistema de cotas funciona como uma 'peneira tapando o sol', porque o problema não está nos estudantes não terem capacidade de entrar em uma faculdade, mas sim em o ensino público não ser bom o suficiente pra que todo mundo, estudantes de escolas publicas e privadas, tenha as mesmas condições de concorrer a um vestibular.
Nesse instante fui comunicar a meu pai minha colocação na prova e minha indignação quanto às cotas, daí entramos em uma discussão, porque ele acha que as cotas são para negros, não necessariamente de escola publica, que eu deveria ter optado por ser cotista e que desperdicei essa chance, que eu deveria ter agarrado com unhas e dentes (não pude deixar de lembrar da propaganda do ProUni). Eu acho que é para negros de escola pública.. Enfim, não concordo com nenhuma das duas opções. A primeira porque negro não precisa de cota, e eu sou negra. E a segunda pelo mesmo motivo. Desde quando negro de escola publica é diferente de branco de escola publica? E o mesmo nas particulares. Pois bem, eu falei pra meu pai que ainda que se possa ser cotista mesmo sendo de escola privada eu não optaria por isso se eu não concordo. Daí enveredamos por toda uma questão sobre as cotas e tal e no fim das contas ele concordou comigo que é um problema estrutural do país, mas fez um acrescimento importante, que é o motivo de eu estar escrevendo isso, mesmo que eu já tenha falado tanta coisa. Meu pai falou que o que importa é que o governo não vai mudar a questão da educação, então que não adianta eu deixar de ter essa facilidade por causa dos meus principios, se no final das contas eles não vão servir de nada. Porque, segundo ele, tais idéias não me farão entrar na faculdade mais rápido.
E eu fiquei me sentindo uma guria com seus princípios clichês. Mas ainda com eles.

Emoções pós-filme

"Saibas que saber é importante, mas fazer é saber mais do que quem sabe" - Raphael Almeida.
Pra dizer a verdade, sinto emoção pós tudo. E pré e durante..
Música mesmo. É perfeito! Não passa pelo meu mínimo entendimento humano como tem gente que consegue viver sem. Escutam uma musiquinha aqui, outra ali, das que fazem super sucesso, e pronto! Levam suas vidas normalmente! É muito estranho pra mim.
Mas então, a questão são esses dois filme que eu assisti ontem e o que eu senti logo após cometer o ato (de assisti-los).
Os dois tratam de quatro personagens. Os dois me fizeram pensar. Os dois fizeram com que eu decidisse algo para minha vida.
Começando por Réquiem para um sonho. Já tinha ouvido falar sobre ele, mas nada muito completo, nada que me fizesse assisti-lo de imediato. Agora penso que fiz muito bem em esperar, pois deixar para vê-lo ontem, e logo depois Un Poco de Chocolate, me fez passar de um sentimento para outro! Dá para entender? São duas coisas sentidas em um dia só, em tempos muito proximos, e se misturam... E isso é realmente mágico.
Voltando. No filme quatro personagens principais são viciados em alguma coisa e o desenvolvimento delas quanto ao vício (não espere um final feliz quando falo de desenvolvimento) é mostrado de maneira impactante o suficiente para você sentir, se imaginar na situação e, definitivamente, não querer vivê-la. Além do enredo e das atuações, o bom do filme é a forma como a historia é passada pra quem assiste. Particularmente eu adorei os cortes, que mostram as aplicações e o uso das drogas sem eu necessariamente ter que vê-los acontecer. Isso deixa o filme forte sem ser feio
Quanto a Un Poco de Chocolate, o filme absolutamente me surpreendeu. Primeiro porque eu nunca tinha ouvido falar dele. Estava desocupada, procurando um filme pra baixar e topei com esse.. Do gênero drama, em espanhol.. Atração na hora. Acabou que ficou seculos e seculos aqui no meu computador e eu sem assistir. Depois de ver Requiem para um sonho, eu pensei que um draminha mais, um a menos, tava ótimo e eis que fui ver o filme. A primeira coisa a me encantar foi a leveza com que o filme começa, depois as cores. Um vermelho, um azul. Os espanhois sabem usar as cores muito bem, pelo que me parece. Por fim o fato da leveza continuar. Tanto que eu não sei dizer exatamente sobre o que o filme fala. Um casal de irmãos já velhos, e um casal jovem apaixonado. Só disso que eu sei falar. Ah, e que quando eu for velha quero ser como o Lucas e enquanto jovem, eu espero me mexer um pouco pelo menos quando eu me apaixonar como a Roma. Pois bem, gostei tanto, que decidi escrever um livro. Não agora. Mas já tratei de anotar a idéia pra daqui a algum tempo lembrar de colocá-la em pratica.