domingo, 21 de novembro de 2010

La voyage de la petite

  Tem uma janela de madeira e vitrais coloridos aberta em duas partes, e o mundo imediato lá fora só serve para lhe emprestar o cheiro de planta.
  Para as estrelas que ela precisa ver, tem que se buscar em terras mais distantes que aquelas, em céus de pesos fenomenais, e o calor que precisa sentir... Bem, esses hão de ser colecionados a medida que os mais distintos braços se estendam e devem carregar consigo o precioso mérito de existir.
  Guarda as estrelas em seus botões de mundo, os olhos da pequena, e carrega os abraços no colo, como se carregasse o primeiro dono deste que agora é seu, até que esteja inundada pelo calor de mil sóis e estes se choquem ao estímulo musical.
  As estrelas então brilham para outros olhos e podem até derreter em finos rios. O calor a ser transmitido junta seu colo em outro, envolve braços e sela um abraço. Depois sorri em despedida, porque o mundo se reproduz em pessoas que carregam calor em si, vivem sob imensos céus e olham para estrelas toda noite. Mas o que se busca é aquilo que não se vê.

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