Eu não resisto! Juro que não quero fazer desse blog só um relato dos filmes que tenho assistido, mas é que eles todos são bons! E olhe que esses dias até assisti outros e me controlei pra não vir aqui falar deles. Vai ver que meu destino é ser crítica de cinema... [Duvido!]
Do Filme: Ontem eu e minha mãe vimos Vicky Cristina Barcelona. Filme de Woody Allen, com Penélope Cruz [ela nem faz papel principal, mas a mulher até de figurante ficaria boa. Aposto]. Enfim, protagonizam o filme duas amigas americanas, Vicky (Rebecca Hall)- mocinha realista e racional, prestes a se casar com um cara bem sucedido financeiramente e com um belo e pacato futuro bem planejado - e Cristina (Scarlett Johansson)- que, ao contrário de Vicky, ainda nem começou a saber o que quer do seu futuro. O cenário é Barcelona, onde as duas amigas vão passar o verão. A contraposição das duas personagens é o que faz o filme "florescer". As duas maneiras de encarar a vida, o amor, os próprios conflitos e os relacionamentos. Aliás, que relacionamentos! É aí que entra Penélope Cruz, mas eu não pretendo contar [há!]. Daí não tem escapatória, você acaba por se identificar com alguma das personalidades e ainda que não se identifique, sem dúvidas vai parar pra pensar no que acha sobre o assunto e tal.
De mim: No meu caso, a identificação foi com a personagem da Scarlett Johansson, a Cristina. Não foi assim uma identificação cem por cento, sabe? Mas o modo dela de pensar na própria vida é como eu penso. A Cristina, como diz o narrador [sim, tem um narrador], não sabe o que quer da vida, só sabe o que não quer. E posso dizer com a segurança de quem pensa assim que é bastante confuso. E o fato de não saber o que se quer não significa viver sem enxergar nada na sua frente, é mais ver coisa demais e muita coisa boa mesmo de se enxergar. Tão boas que se quer. É bem nesse ponto que reside a confusão. Pelo menos a minha. Exemplos verídicos: Gosto de desenho, música, cinema, fotografia, de escrever e tenho uma queda pelo jornalismo. Viagens são o ponto alto dos meus desejos. Eu me vejo fazendo mil e duas coisas da minha vida e tantas formas de me expressar.. que meus olhos chegam a brilhar só de estar digitando isso. Mas enfim, uma vida é tão curta pra fazer tanta coisa e nem sei se realmente irei fazê-las. Daí me vem uma aflição... Um medo de acabar não fazendo nada e ter a vida que eu não quero ter [repito: eu sei o que não quero]. E se nada do que eu quero acontecer? E se eu nem souber o que eu quero? E se eu for uma grande idiota por planejar o que eu não quero que seja planejado ao invés de deixar a vida só ir?
Penso também na minha falta de talento. Escrever, por exemplo, eu só finjo que faço bem e as pessoas dizem que eu faço bem e a mesma coisa acontece com o desenho. Como diz Mombojó "As luzes e as palmas já são o bastante pra quem quer se enganar". E música? Isso eu nem finjo! Acho que no final das contas eu sou uma boa apreciadora, mas não uma boa executadora. Só não sei se posso viver bem com essa verdade.
OBS: O filme confirma minha tese de que a Espanha tem umas cores que nenhum outro lugar no mundo tem.